A bétula (ou vidoeiro, ou bidoeiro) é uma espécie autóctone da Serra da Estrela. Em tempos (há milhares de anos) dominavam, juntamente com o carvalho-negral e a tramazeira, a paisagem até quase ao cume.
Podemos admirá-las já adultas no Covão d'Ametade, no Covão da Ponte e também perto de Folgozinho (e, de certeza, noutros locais de que não tenho conhecimento). Há vários bosquetes de bétulas jovens na encosta da Covilhã e ladeando a estrada entre os Piornos e o Covão d'Ametade.
As suas folhas, pequenas e aproximadamente triangulares, tremem com um restolhar agradável quando lhes dá a brisa. A sombra que produzem é fresca e suave.
As sementes de bétula podem colher-se rolando levemente entre os dedos os amentilhos (pequenas frutificações cilíndricas, com alguns centímetros de comprimento e cerca de cinco a dez milímetros de diâmetro) quando estão bem maduros, tendo o cuidado de segurar por baixo um recipiente. Se os amentilhos estiverem, de facto, maduros, desfazem-se entre os dedos, deixando cair as sementes, que são pequenas e leves (e facilmente levadas pelo vento, atenção). Se ainda estiverem verdes, pode voltar a esfregá-los para a semana. Na figura abaixo, mostro dois amentilhos de bétula. O de cima ainda está verde; o de baixo já amadureceu e até já deixou cair parte das sementes.
As bétulas são frequentemente usadas como árvores ornamentais em jardins urbanos. No entanto, como quase nunca conhecemos a proveniência desses exemplares, não devemos colher as suas sementes para utilização em florestação, a fim de evitar as contaminações genéticas.As bétulas são ainda uma excelente fonte de pasta de papel, com a vantagem, relativamente ao pinheiro bravo ou ao eucalipto, de enriquecerem os solos onde crescem.

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